OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER
que a truculência “Deles” é medida imprescindível para manutenção da harmonia
social e da segurança de todos. É o caso do excesso de força usado pela polícia
contra os manifestantes que usam máscaras. O que na ótica dos intocáveis
senhores da governança constitui grande ameaça e, por isso, devem ter seus
direitos revogados, podendo qualquer um ser preso sob alegação de manter a
ordem pública. Tese esta, defendida até mesmo por quem já foi vítima dessa violência,
como é caso da nossa presidenta guerrilheira, quando entendia legítimo
protestar.
Diferentemente,
porém, dá-se, agora, com o cidadão dito comum, subjugado pelas mazelas da
política brasileira, sem direito à saúde e à educação e obrigado a permanecer
calado diante desse desmando. Pois qualquer menção de desagrado de sua parte é
logo qualificada de desobediência e, portanto, violentamente reprimida,
sufocada pelos obedientes policiais. Isto quando não é brutalmente assassinado
ou desaparece misteriosamente como certo pedreiro carioca. Em verdade, estamos
de volta ao antigo regime: perseguição, violência, silêncio e medo.
Diante
disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se a população não pode sequer protestar, devendo
acatar qualquer tipo de arbitrariedade passivamente, então que diabo de
democracia é esta?”. Os apaniguados e outras pessoas letradas a serviço dos
“Eles” dirão que as manifestações quando não são pacíficas retiram a
legitimidade do protesto, e, consequentemente, não são salutares à democracia.
E
quanto ao cidadão que toma conhecimento todo dia das orgias feitas pelos
governantes com o dinheiro público e nunca são presos, porque jamais sofrem
nenhum tipo de represália, entenderá algum dia que a obrigação de ser honesto
não se estende a todos? E que quando se diz que todos são iguais perante a lei,
quer-se, todavia, ao mesmo tempo, afirmar que a Lei não é igual perante todos?
Pois,
se apenas o cidadão trabalhador tem o dever de obedecer às leis feitas por
“Eles”, como se pode esperar uma sociedade harmônica e pacífica, ou ter certeza
que a opressão com a qual o povo é tratado o revoltaria?
Por
essas e outras, que sob a proteção de homens armados, “Os Eles”, refestelam-se
na roubalheira impune, dilapidando o erário público numa voracidade incomum. E
a cada grito que a população ensaia contra a corrupção tenebrosa, a polícia a
faz calar, enfatizando o desprezo que nossos governantes nutrem pelo povo.
Porque como afirmou um professor amigo meu, no Brasil, impera a total
“insignificância do cidadão perante o Estado”.
ENTÃO,
como diz por aí, é muito bom ter cuidado! E quando for às manifestações, será
que se deve levar a autorização da polícia local, carimbada, em duas vias, com
todos os dados aptos a nos identificar de pronto, sem a necessidade de uma
segunda cacetada? EU
É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”!