terça-feira, 21 de janeiro de 2014

À BUKOWSKI: Nick Belane e o Pardal Vermelho


Charles Bukowski


Pés sobre a mesa, cigarro acesso,
Escritório vazio, a Vodca pela metade.
Batida forte na porta:

_ Sr. Belane, diz Dona Morte.

Agruras intermináveis,
Visões terrificantes no espelho.
Confusões de rostos e destinos,
Aparições femininas
Inexplicáveis como o tempo.

O Santo Graal ofuscado pelo Pardal Vermelho.

Outro gole movimenta a vodca companheira,
O mesmo escritório vazio
Uma arma calibre 45 na gaveta,
Homens violentos socam a porta,
Clientes esquizofrênicos lhe dão dinheiro,
Casos esquisitos transcendem o espaço-tempo.

Prostitutas, patifes, alienígenas
Acompanham-no na noite, na vida
Compartilham do fracasso, da bebida,
Enquanto poetas mortos lhe revelam o espelho,
Dona Morte lhe espreita sorrateira,
Conduzindo-lhe ao Santo Graal Pardal Vermelho.

De: Adão Lima de Souza 
(Inspirado em PULP, última novela de Bukowski)

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