quinta-feira, 22 de maio de 2014

Policiais Militares e o Impedimento de Greve: A Insegurança Institucionalizada.


É permitido em Lei o Direito de Greve a toda e qualquer categoria de trabalhadores privados e, por analogia, também aos servidores públicos, excerto, aos militares, incluindo-se aí os Policiais Militares, como se estes não participassem da mesma relação de troca entre capital e trabalho, secularizada por um sistema econômico fortemente marcado pelos antagonismos entre os que comandam os mecanismos de produção e os que são obrigados a vender sua força laboral.
Diante de tal dissenso, produzido por uma interpretação equivocada de que estaria garantida a segurança geral, se mantidas ás forças auxiliares do poder de polícia da administração Pública o status de militar, o Brasil enfrenta agora um levante legítimo de trabalhadores submetidos a um longo regime de opressão operada por políticas de segurança inescrupulosas que desrespeitam os direitos e garantias trabalhistas sob a égide de uma norma, em que pese ser alçada ao patamar de constitucional, tem se mostrado injustiça e, por isso, perdido sua função preventiva, conforme se pode inferir das últimas greves da PM deflagradas na Bahia e Pernambuco.
O que se observa nesse embate de forças é de um lado governadores irresponsáveis, cujos privilégios legais de coerção contra a organização sindical dos Policiais Militares, festejando a disparidade de armas entre patrão e empregado, asseguram-lhes a desobrigação de negociar reivindicações da classe policial atinentes às condições inafastáveis de trabalho como salários decentes e benefícios legais, os quais deveriam fazer parte das atribuições dos gestores públicos para uma eficiente política de segurança.
E, assim, vê-se o cidadão aturdido em meio à insegurança institucionalizada por uma lei injusta que, ao oprimir, induz sua inobservância, pondo em xeque instituições fragilizadas, a exemplo do Ministério Público e o Poder Judiciário, que combalidos lançam mão de detritos autoritários como a lei de Segurança Nacional em flagrante desrespeito à Constituição Cidadã, a fim de fazer valer prerrogativas de governadores perniciosas ao republicanismo e ao Estado Democrático de Direito.
Isto posto, como a lei não previu contrapartida do Estado capaz de evitar greves de Policiais Militares, quem sabe uma Câmara de Mediação e Arbitragem, com competência para solucionar o dissídio trabalhista que ora se apresenta com o movimento paredista das forças de segurança, como acontece na Justiça do Trabalho, o que se esperar, então, do uso da repressão através da aplicação de leis perversas do tempo da Ditadura Militar senão o desmonte do regime democrático ocasionado pela insegurança institucionalizada promovida pelo Estado?
 Por: Adão Lima de Souza 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

E APOIS! – DE PETROLINA A PASADENA: A PANTOMIMA É A MESMA.

OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER que supostos esquemas de fraude e desvio de verbas públicas possam se dá á revelia do Chefe do Executivo, devido, apenas a ação inescrupulosa de subordinados desavisados. É o caso da Petrobras e do são João de Petrolina, em que ministros e secretários agindo com desenvoltura e decisão própria fecharam acordos financeiros que ocasionaram enormes prejuízos ao erário público em total desconhecimento do então presidente da república e do agora prefeito desta cidade.

Diferentemente, porém, dá-se, com as empresas privadas, onde os patrões, lidando com patrimônio próprio, exigem de seus subordinados a devida justificação por qualquer real que se gaste, já que cada atitude de qualquer funcionário sempre deve ser referendada por um chefe hierarquicamente superior, sob pena de total bancarrota. Entretanto, quando se trata de negócio público sempre é possível determinar um bode expiatório ou boi de piranha como melhor aprouver à imaculada moral de nossos administradores públicos. E, assim sendo, em virtude de fiscalização inerte ou inexistente, permanecem os reais culpados impunes.

Diante disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se um chefe não tem conhecimento de como sua empresa é conduzida por seus subordinados, podendo qualquer um depredar as finanças da empresa, gastando como bem quer o dinheiro arrecadado, então insistir na escolha de Administradores Públicos é condenar as cidades e a nação á falência previsível e inevitável”. Os doutores em Gestão Pública e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que, pela conjuntura política, devida a necessidade de cargos de confiança, ao gestor não se pode imputar responsabilidade objetiva.

E quanto ao cidadão carente de boa prestação de serviços essenciais, embrutecendo nas escolas e morrendo á míngua em hospitais públicos, entenderá, algum dia, que tais condutas são tão corriqueiras que, ao tentar se explicar, o prefeito ou o presidente da república está autorizado a recorrer, a título de desculpas, sempre as mesmas acusações infundadas contra adversários ou contra subalternos?  E que, quando se fala em tomar as medidas cabíveis, instaurando processo administrativo para apurar as irregularidades e punir os responsáveis, quer-se, ao mesmo tempo, dizer que nada será investigado e nem ninguém será punido?

Por essas e outras, é que, no Brasil, todo político quer ser prefeito ou presidente da república, já que no caso de gestão temerária e nociva ao erário, afasta-se o personalismo para dá lugar a generosidade do contribuinte em financiar aventuras egoístas, pois o erro nunca é do chefe do executivo e, sim, de algum secretário ou ministro mal intencionado que, vendido à oposição, resolve prejudicar o probo gestor. E, assim, “Os Eles” mantém o “status Quo” pelo desprezo ao bem comum, enquanto se refestela com a condescendência de outras autoridades.

Então, como dizia o sábio Jesus Cristo: “Dizei-me com quem tu andas e eu direi quem tu és”. No entanto, como impedir que Judas caminhe conosco se a porta larga da corrupção se oferece para todos? Ademais, ressalte-se que “quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis”. Por fim, observa Luís Fernando Veríssimo quão estranho é o Brasil: país de corruptos sem corruptores. EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”. E VOCÊ?


Por: Adão Lima de Souza.

domingo, 11 de maio de 2014

Os Políticos não são o pior de nós.


O mais comum no Brasil é ver o honorabilíssimo eleitor se lastimar da escolha errada que fez na última eleição. No entanto, além de tardia, a constatação do equívoco é inútil, pois pelos quatro anos do mandato, nada senão lamúrias o cidadão supostamente enganado poderá fazer para reverter as consequências danosas de sua malograda inclinação por este ou aquele candidato vendido pelos marqueteiros como produto de consumo.

Ademais, junte-se a isso um analfabetismo político crônico do eleitor brasileiro, somado à corrupção endêmica que vai do povo ao governo, e temos, então, um país chafurdado no lodaçal imundo da imoralidade administrativa, aonde princípios republicanos como a impessoalidade, a eficiência e probidade são relevados ao ostracismo por pessoas inescrupulosas, cujos propósitos são, desde outrora, saquear os cofres públicos a fim de enriquecer ilicitamente em detrimento da continuidade e suficiência da prestação de serviços essenciais de saúde, educação, segurança, lazer.

Todavia, forçoso é admitir que parcela considerável, senão a completitude das causas das mazelas na malversação do dinheiro do contribuinte, deve ser creditada ao eleitor, que movido por interesses pessoais, opta sempre por dar um voto de confiança justamente a quem se vale de expedientes escusos para captação ilícita do sufrágio.

Porque, inegavelmente, o cidadão brasileiro jamais cogita da efetividade de projetos eleitoreiros vendidos como soluções mágicas pelos candidatos a vereadores, por exemplo, para os problemas enfrentados cotidianamente nas cidades pequenas, médias ou grandes desse país continental.

Ao contrário disso, os vencedores das eleições nestas cidades, sejam vereadores, prefeitos, governadores, deputados, senadores e presidente, são beneficiados pela inclinação cultural de eleitores ávidos em apostar seu voto no concorrente que melhor sinaliza com a concessão de ganhos financeiros para o votante e sua família ou pessoa de seu círculo de relações, pouco ou nada se importando com o interesse coletivo.

Isto posto…Quando um político suspeito de roubo, fraude, desvio de verbas públicas ou outro ato qualquer de corrupção, diz estar ali representando a vontade do povo, devemos nos perguntar se realmente a nossa conduta seria diferente da dele, uma vez que é sedimentado no eleitor a certeza de que qualquer um – e isso nos inclui – lá estando, se não roubar é um tolo.

Então, caro eleitor, por que os políticos seriam o que de mais iníquo há em nossa sociedade, se são fieis a nossa vontade?

Por: Adão Lima de Souza


sábado, 10 de maio de 2014

E APOIS! - ELEIÇÕES: REFORMAR AS LEIS OU OS COSTUMES?

OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER que uma reforma eleitoral engendrada por quem se beneficia das mazelas de um processo orquestrado para manter quem já estar no poder seria eficaz para estancar a sangria desatada da corrupção política no Brasil. É o caso dos projetos apresentados no Congresso Nacional e da recente decisão do Supremo Tribunal Federal de proibir o financiamento de campanhas por empresas privadas, que corrobora, apenas, para oficializar o chamado caixa dois, tese de defesa dos mensaleiros.

No entanto, indiferente a toda essa manobra legislativa está o eleitor, difusor natural das práticas de corrupção eleitoral no país, por alimentar a crença de que se todos são ladrões, estando também ele no poder, não declinaria do seu direito de enriquecimento ilícito à custa do erário público já que, pela leniência do brasileiro, ser desonesto é a nossa cultura e nunca vai mudar. Enquanto isso, num altruísmo invejável, elege e reelege os mesmos sacripantas que desde outrora saqueiam os cofres públicos, numa orgia interminável com o dinheiro do contribuinte.

Diante disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se o eleitor acredita que qualquer um que chegue ao poder roubará igual ou muito mais do que os que lá estão, porque  pressupõe que seja a mesquinhez, o egoísmo e a corrupção da índole do brasileiro, então votar em quem já se sabe mesquinho, egoísta e corrupto não é um exercício de cidadania, e sim, manifestação inolvidável de cumplicidade criminosa com quem, ao desviar verbas da saúde, condena à morte milhares de seres humanos pobres que nem ele”. Os Cientistas Políticos e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que, pelo sufrágio universal, um povo livre impõe a sua vontade soberana, elegendo aqueles que representam seus verdadeiros anseios.

E quanto ao eleitor que exerce com fervor e assiduidade o seu direito de votar, não atentando para a conduta de quem, amavelmente, conquista sua confiança, e, findada a contagem de votos o trai na primeira oportunidade, entenderá, algum dia, que a ação política de quem mereceu seu voto é a mais fiel manifestação da conduta dos que o elegeram? E que, quando se fala em amadurecimento da democracia pelo exercício do escrutínio, quer-se, ao mesmo tempo, reafirmar que o grau de honradez do eleito é diretamente proporcional a do votante, pois democracia é, antes de tudo, um exercício de deveres e não o gozo de privilégios?

Por essas e outras, é que “Os Eles” sempre sacam de suas cartolas imponentes um novo estratagema de ludibriar o eleitor já combalido por sua pusilanimidade espiritual, calcada na crença estúpida de que seu voto de nada serve contra os elegantes e espirituosos ladrões de impecável gestualidade nobre e cavalheirismo exacerbado. E desse modo, resta confirmada a tese de “total insignificância do cidadão perante o Estado”, secretamente defendida por quem ainda não é “Os Eles”.


Então, como se diz por aí “que voto não tem preço, mas sim, consequências”, sigamos nossa odisseia de escolhas inescrupulosas e, quem sabe, um dia, talvez, compreendamos as palavras do Bruxo do Cosme Velho que dizia na sua teoria do medalhão: “antes de mudar as leis, reformemos os costumes” Eu é que não acredito mais nos “ELES”. E VOCÊ?

Por: Adão Lima de Souza

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O Lidador

Sou aquele que vai de fronte erguida,
Entre turbas hostis ou indiferentes,
Cheio de bênçãos para os maldizentes,
Certo do que serei na minha vida.

Domador de demônios e serpentes,
Tenho a índole e as manhas do que lida.
Para o arranco final da acometida
Minhas células todas vão contentes.

Tenho alma de guerreiro e missionário,
Mãos de ferro e palavras de evangelho…
Fui herói num passado legendário.

E, Poeta da Anarquia, anjo do povo,
Fecho as portas cardeais do templo velho
E ilumino o altar-mór do templo novo.

Por: José Oiticica


O direito de sonhar


O direito de sonhar não consta entre os trinta direitos humanos
que as Nações Unidas proclamaram em fins de 1948.
Mas se não fosse por ele, e pelas águas que dá de beber,
os demais direitos morreriam de sede.
Deliremos, pois, um pouquinho.

O mundo, que está de pernas pro ar, se colocará sobre seus pés:
Nas ruas, os automóveis serão pisados pelos cachorros.
O ar estará limpo dos venenos das máquinas,
e não terá mais contaminação
do que a que emana dos medos humanos e das humanas paixões.

As pessoas não serão dirigidas pelo automóvel,
nem serão programadas pelo computador,
nem serão compradas pelo supermercado,
nem serão assistidas pela televisão.

A televisão deixará de ser
o membro mais importante da família,
e será tratado como o ferro de passar ou a máquina de lavar roupas.
As pessoas trabalharão para viver,
ao invés de viverem para trabalhar.

Em nenhum país serão presos
os jovens que se negarem
a prestar o serviço militar,
e sim os que quiserem prestá-lo.
Os economistas não chamarão
nível de vida ao nível de consumo,
nem chamarão qualidade de vida à quantidade de coisas.

Os cozinheiros não acreditarão
que as lagostas gostam de serem fervidas vivas.
Os historiadores não acreditarão
que os países gostam de ser invadidos.
Os políticos não acreditarão que
os pobres gostam de comer promessas.

O mundo já não estará em guerra contra os pobres,
e sim contra a pobreza,
e a indústria militar não terá outro remédio
a não ser declarar-se em falência para sempre.
Os meninos de rua não serão tratados como se fossem lixo,
porque não haverá meninos de rua.

Os meninos ricos não serão tratados como se fossem dinheiro,
porque não haverá meninos ricos.
A educação não será o privilégio de quem puder pagar.
A polícia não será a maldição de quem não puder comprá-la.
A justiça e a liberdade, irmãs siamesas condenadas a viver separadas,
voltarão a se juntar, bem juntinhas, costas com costas.

Uma mulher, negra, será presidente de Brasil
e outra mulher, negra, será presidente dos Estados Unidos da América.
Uma mulher índia governará a Guatemala e outra, o Peru.

Na Argentina, as “loucas” da Praça de Maio
serão um exemplo de saúde mental,
porque elas se negaram a esquecer
em tempos de amnésia obrigatória.
A Santa Madre Igreja corrigirá algumas erratas
das pedras de Moisés.

O sexto mandamento ordenará: “Festejarás o corpo”.
O nono, que desconfia do desejo, o declarará sagrado.

A Igreja também ditará um décimo-primeiro mandamento,
que o Senhor havia esquecido:
“Amarás a natureza, de que és parte”.
Todos os penitentes serão celebrantes,
e não haverá noite que não seja vivida como se fosse a última,
nem dia que não seja vivido como se fosse o primeiro.

Por: Eduardo Galeano


domingo, 4 de maio de 2014

És Anarquista? - Os grandes só são grandes se estivermos de joelhos. Levantemo-nos!!

“O problema não é saber se o povo pode se rebelar, mas se é capaz de construir uma organização que lhe dê os meios de chegar a um fim vitorioso - não por uma vitória fortuita, mas por um triunfo prolongado e derradeiro. Estamos convencidos de que liberdade sem socialismo é privilégio e injustiça, e que socialismo sem liberdade é escravidão e brutalidade”.(Bakunin)
   És anarquista?
- Sim, porque sou trabalhador consciente.
- Que é ser trabalhador?
- É viver pelo esforço do seu trabalho.
- Quando se pode dizer que o trabalhador é consciente?
- Quando conhece as causas da sua miséria e as combate.
- Que é trabalho?
- É o esforço para produzir.
- Que é produzir?
- É criar riqueza.
- Que é riqueza?
- É tudo o que pode ser útil ao homem.
- Então o sol é uma riqueza?
- Sim, como o ar, a água, etc.
- Mas o sol não é produzido pelo homem.
- Não, por isso se chama riqueza gratuita.
- Há outras riquezas gratuitas?
- Há o ar, a chuva, os rios, os mares, etc.
- A terra é uma riqueza gratuita?
- Deveria sê-lo, porque é a matéria natural da produção natural da produção das riquezas minerais e orgânicas; mas não o é.
- Porque não o é?
- Porque é possuída por alguns homens em prejuízo da maioria dos homens.
- Isso é justo?
- Não. Isso é a causa da maior parte das desgraças humanas. Que dirias de um indivíduo que pudesse apropriar-se da luz e do calor solar e o fizesse para vendê-los depois aos outros homens?
- Que seria um infame!
- Que dirias dos homens que se apropriam de toda a Terra e não permitam que os outros a cultivem?
- Que são infames.
- Que dizes de uma sociedade que mantém esse regime?
- Que é uma sociedade prejudicial ao homem e portanto precisa ser reformada pela extinção do direito de propriedade privada.
- Quem mantém a propriedade privada?
- O governo, isto é, alguns homens que pretendem dirigir os outros homens.
- Qual é o meio de que lançam mão para tal fim?
- A lei, e para garantir a lei o soldado.
- Que é lei?
- O conjunto de regras impostas pelos reis, conquistadores, capitalistas, etc… às classes trabalhadoras com o fim exclusivo de manter a propriedade privada, isto é, a posse das riquezas, e regular a sua transmissão.
- Que é o soldado?
- É um trabalhador inconsciente que se sujeita aos possuidores da terra para manter essa posse a troco de um miserável pagamento.
- Como se sujeita ele?
- Sujeita-se pela disciplina.
- Que é a disciplina?
- É a escravização da vontade do soldado ao seu superior. O soldado obedece ao que lhe mandem sem saber como nem porquê.
- Qual é o ofício do soldado?
- Matar.
- Mas a lei não proíbe matar?
- Proíbe, mas se o soldado matar um trabalhador que protesta contra o governo, a lei declara que o soldado é um virtuoso.
- O papel do soldado é digno?
- Não. É o mais vil possível.
- E como há trabalhadores que se fazem soldados?
- São iludidos pelos governantes e arrastados pela miséria.
- Como conseguem iludi-los?
- Com fardamentos vistosos e insuflados neles o “amor” à pátria. Patriotismo é um sentimento mesquinho que leva o indivíduo a supor que os que nasceram no seu território são superiores aos outros homens.
- Esse sentimento leva a más consequências?
- É o elemento principal que arrasta as massas humanas à “Guerra”.
- Que é a guerra?
- É um processo de dominação pela morte.
- Como se explica?
- A história universal mostra que os “grandes” de uma nação armavam soldados, adestravam-nos e subjugavam pela força aos homens de outras terras, ou para escravizá-los, ou para se apossarem da lavoura, suas minas, de suas riquezas até mesmo de suas mulheres. Os diretores dessas guerras, um Cambyses, um Alexandre Magno, um César, um Napoleão. Eram simples bandidos que procuravam justificar as suas invasões com pretextos fúteis de “honra, vingança, amor à Pátria”. Hoje as guerras são a mesma coisa, luta por causa de colônias, de comércio, de capitais comprometidos.
- Quem faz a guerra?
- São os capitalistas, por intermédio dos diplomatas e pelos canhões movidos por soldados.
- Que fazem os soldados da polícia?
- Mantém a chamada ordem ou “hierarquia”, isto é, o regime de autoridade pelo qual os inferiores se subordinam aos superiores. Desde que alguns trabalhadores procuram levantar-se contra os seus exploradores a polícia intervém para “manter a ordem” isto é obrigar os trabalhadores a se submeteram à exploração.
- Como reformar isso?
- Extinguindo a propriedade privada e tornando-a posse da Terra coletiva.
- Quem fará essa reforma?
- Os dirigentes capitalistas não o farão porque isso seria contrário aos seus interesses; logo essa reforma só pode ser feita pelos trabalhadores.
- Como se chamará o regime da propriedade coletiva?
- Chamar-se-á Anarquia.
- Que significa esse nome?
- Significa “não comando”, isto é, exclusão dos superiores e portanto “igualdade, não autoridade”.
- A anarquia exige ordem?
- É o único meio de obter a verdadeira ordem, que hoje é mantida apenas pela opressão. Basta que por um dia se suprimam a polícia e o exército para que a “desordem” atual se manifeste em desmando de toda a espécie.

Autor Desconhecido

sábado, 3 de maio de 2014

SER GOVERNADO É...

Proudhon foi o primeiro homem a ser chamado de anarquista e o primeiro a dizer A Propriedade é um Roubo, título de seu livro mais famoso.

Nasceu pobre. Autodidata, aprendeu Latin, Grego, Hebreu. Era gráfico, jornalista, militante. Foi amigo e inimigo de Karl Marx.

Acreditava em autogestão, organização descentralizada, apoio mútuo. Queria fazer a revolução sem violência. É um herói. Outros o seguiriam: Bakunin, Malatesta.

O símbolo do A dentro de um círculo, é por causa de uma frase de Proudhon, “Anarquia é Ordem”.

Ser Governado é...

Ser governado é ser vigiado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, numerado, regulado, alistado, doutrinado, pregado, controlado, checado, anotado, censurado e comandado por criaturas que não possuem nem o direito, nem a sabedoria, nem a virtude para fazer tudo isso.

Ser governado é, em cada momento, em cada transação, anotado, registrado, contado, taxado, carimbado, medido, numerado, dimensionado, licenciado, autorizado, admoestado, impedido, proibido, reformado, corrigido, punido.

É, sob o pretexto da utilidade pública, e em nome do interesse público, ser colocado sob pressão, mandado, roubado, explorado, monopolizado, extorquido, enganado, apertado, assaltado; e ao menor sinal de resistência, na primeira palavra de reclamação, ser reprimido, multado, vilificado, incomodado, caçado, abusado, espancado, desarmado, amarrado, estrangulado, aprisionado, julgado, condenado, fuzilado, deportado, sacrificado, vendido, traído.

E para coroar tudo, humilhado, ridicularizado, espicaçado, ultrajado, desonrado. Isto é o governo. Isto é a justiça. “Isto é a moralidade”.


Golpe Militar: 50 anos de mentira e covardia.

Para o filósofo francês, Alain Badiou, inventariar o século XX se impõe de imediato a contagem de seus mortos, pois os parâmetros históricos são os campos de extermínios, os massacres de minorias étnicas e a tortura decorrentes da crueldade e da covardia da ação criminosa do Estado.
No Brasil, cuja história dá conta de duas sangrentas ditaduras, não há outra questão de maior relevância senão esta: a da contagem de seus mortos, principalmente do período recente de nossa história, quando por vinte e um anos perdurou um sangrento, cruel e covarde regime de exceção imposto pelos militares.
Hoje, 31 de março, o Golpe Militar, chamado carinhosamente pelos torturadores impunes de “Revolução”, completa 50 anos sem que se tenha ainda sinalizado para possibilidade de se começar a contar os seus mortos, já que os arquivos secretos desta época de trevas continuam trancafiados na memória assassina e condescendente dos que chefiam esta nação desde 1964.
Acreditou-se, por um tempo, que com a chegada de uma ex-guerrilheira ao poder se pudesse vislumbrar o devido ajuste de contas histórico, abrindo-se os tenebrosos arquivos dos porões da ditadura, não como medida revanchista, mas, sobretudo, para que se pudesse, de fato, revelar às novas gerações os atos de extrema violência, crueldade e covardia perpetrada por aqueles cuja missão deveria ser proteger seu povo e não massacrá-los como fizeram as Forças Armadas deste país, sob a cínica promessa de defesa das instituições democráticas.
Agora, após meio século transcorrido, familiares, parentes e amigos dos jovens brutalmente torturados e trucidados pelos militares, permanecem mergulhados no sofrimento e na angústia de nada saber sobre o que, de fato, aconteceu nos denominados “Anos de Chumbo”. Sem o consolo de saber se e onde foram enterrados os corpos sobre os quais os generais ensandecidos saciaram sua carência mórbida por sangue e seu desejo necrófilo pelo espetáculo sádico da tortura e da morte.
Por isso, diante da cumplicidade de nossos governantes, ao manterem sob sigilo perpétuo a verdade sobre este capítulo da história brasileira, os cidadãos decentes permanecem alijados da verdade, alheios aos atos inumanos praticados por quem confiamos nossa vida, nosso destino, por acreditarmos que estarão prontos ao sacrifício pela nação e pelo o povo, conforme seu juramento.
E o que vemos é um esforço desproporcional por parte do governo para manter ocultos os crimes dos militares durante a ditadura, não oportunizando ao cidadão o resgate de nossa história, construída pelo sofrimento indescritível de corpos jovens submetidos à tortura, dos abortos elétricos, dos paus-de-arara e outras atrocidades que satisfizeram  a bestialidade de militares que sempre traíram o povo brasileiro,  seja nas negociatas com agentes estrangeiros, seja na brutal repressão interna.
Isto posto… Que “Braço Forte, Mão Amiga” é essa que nunca exitou em disparar sua arma contra o povo? E a presidente Dilma, que tal se presenteasse o Brasil neste dia com a abertura dos arquivos secretos da Ditadura Militar?
 Por: Adão Lima de Souza.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Estelionato Eleitoral ou Cumplicidade Delituosa do Eleitor?

Há, no Brasil, um entendimento enraizado de que todo político é desonesto, inescrupuloso, egoísta e traidor, pois, lança mão de todo e qualquer artifício e de falsas promessas para conquistar o voto do eleitor, porém, quando se elege finge esquecer-se dos compromissos firmados com a sociedade e se empenham, unicamente, em projetos individualistas, frequentemente escusos, que possam fazê-lo enriquecer de forma rápida.
Por essas razões, o cidadão ao escolher aquele que merece seu voto de confiança para representá-lo no parlamento, vereadores, deputados e senadores, ou conduzir a Administração Pública nas funções de prefeito, governador e presidente da república, o faz guiado pelo entendimento de que se todos são iguais, é indiferente em quem se vai votar e, portanto, melhor candidato é aquele que sinaliza com alguma satisfação de interesse próprio do eleitor, porque as coisas são assim e dessa maneira permanecerão já que qualquer um que se eleger agirá de igual modo.
Ou seja, de antemão, significa dizer que sendo os eleitos advindos do seio da sociedade; toda sociedade é incuravelmente corrupta.
Diante de tal constatação, pensar assim parece bastante confortável, pois consola nossa consciência e nos faz dormir em paz, livres dos terrores noturnos a que teríamos de suportar se não nos esquivássemos da realidade dos fatos. Porque, em verdade, admitir que tudo na política é do modo que é e continuará assim para sempre é, além de confortável para nossa consciência, reconhecer que nossos representantes fazem justamente aquilo para que os elegemos, pois se são corruptos o são por determinação do próprio eleitor e, por isso, sequer podem ser admoestados.
Enfim, acreditar que no tocante à política, comportamentos sádicos, mesquinhos, desonestos e covardes são sua essência significa, a um só tempo, perdoar as faltas de nossos representantes e a nós mesmos pela escolha errada – ou certa? – que fizemos. O que torna irrefutável afirmar que tudo está na mais perfeita ordem e harmonia uma vez que toda ação de nossos vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidente traduz, inegavelmente, a vontade do cidadão que o elegeu.
Entretanto, sou da opinião que persistir com a crença de que qualquer um que consiga o poder fará exatamente como os que lá estão, significa admitir que todos eles estão perdoados pelos erros que cometerem, pois os cometem para concretizar nossa vontade. E isso, é justamente do que precisam as mentes corruptas para se deleitarem na benfazeja sociedade brasileira, que para negar sua cumplicidade delituosa julga conveniente perdoar mal feitores renovando a confiança neles com novos mandatos eletivos.
Para encerrar, estou convicto de que não se trata mesmo de estelionato eleitoral, mas sim de cumplicidade delituosa da parte do eleitor que compra a ideia de imutabilidade da situação ao negociar seu voto ou se omitir diante dos desmandos políticos sob a alegação de que nada pode fazer para mudar isto.
Isto posto… Caro eleitor se nada pode fazer para acabar com a corrupção política no país, que tal não renovar a confiança em quem já lhe traiu?
Por: Adão Lima de Souza

quinta-feira, 1 de maio de 2014

E APOIS! – FACAPE: SEM FINALIDADE LUCRATIVA OU CAÇA-NÍQUEL?



OS “ELES” QUEREM NOS FAZER CRER que só porque a Instituição de Ensino Superior recebeu outorga da Constituição para cobrar taxa, em montante necessário para manutenção dos serviços educacionais prestados, os dirigentes podem instituir ou reajustar as mensalidade de acordo com a conveniência e oportunidade ditada por eles. É o caso da FACAPE, onde a atual gestão, ávida por abarrotar os cofres da Autarquia, vem continuadamente majorando, abusivamente, os valores já exorbitantes pagos pelo estudante, como se fosse este uma inesgotável fonte de recursos disponíveis, podendo lhe ser imposto qualquer sacrifício financeiro independentemente de justificativa plausível e transparência na aplicação do dinheiro arrecadado de forma voraz e excessiva.
E, apesar da mesma desculpa esfarrapada e da alegação constante da eficiência dessa gestão em equilibrar as finanças da instituição, nenhuma explicação será dada que justifique mais um aumento nas mensalidades, além de se comparar às instituições privadas, onde qualquer aumento de mensalidade é submetido ao mínimo de consenso, uma vez que, em que pese serem movidas pelo lucro, estas escolas-empresas precisam adequar seu preço aos praticados no mercado, para que se tornem competitivas, apesar da alta carga tributária a que estão submetidas. Ao contrário desta autarquia, privilegiada pela isenção tributária e a permissão para cobrar dos alunos taxa módica suficiente para manter a continuidade dos serviços, porém sempre extrapolando na majoração das mensalidades com o intuito inexplicável de satisfazer caprichos, sem sequer haver transparência na execução orçamentária milionária.
Diante disso, ouvir de uma pessoa leiga: “Se no Brasil as instituições públicas são conduzidas como negócio de família, não respondendo o gestor pela a administração temerária, então não há republicanismo algum, e sim, uma oportunidade imperdível de enriquecimento ilícito”. Os que recebem gordas comissões e generosas gratificações e outras pessoas letradas a serviço dos “Eles” dirão que, como o município não tem a obrigatoriedade constitucional de garantir o ensino superior, a autarquia instituída por este ente federativo pode, inescrupulosamente, ser usada como fonte de captação de receita.
E quanto ao jovem que não tem acesso a formação superior porque a instituição mantida pelo seu município, apesar de pública e, por isso, constitucionalmente vedada de cobrar mensalidade, pelo valor da “taxinha” mensal determina que só quem pode estudar nela é quem for rico, uma vez que escola superior é privilégio e não necessidade, entenderá, algum dia, que o fato da Constituição garantir educação gratuita nos estabelecimentos públicos de ensino, não é empecilho para que prefeitos, através dos apadrinhados que comandam estas instituições,  se utilizem desse filão do mercado para alavancar a arrecadação municipal com as exorbitantes taxas cobradas de trabalhadores e filhos de trabalhadores que se arriscam nessas universidades sucateadas?  E que, quando se fala em rigor da Lei, quer-se, ao mesmo tempo, dizer que a Lei que não vincula as autoridades executoras ao seu cumprimento não passa de protocolo de intenções, porque o lugar da Lei será onde quer que “Os Eles” queiram?
Por essas e outras, é que toda vez que o caixa se esvazia, os gestores correm a fazer reuniões, as véspera de feriados, a fim de aprovarem novos aumentos de mensalidades, sob a alegação de que sem mais dinheiro do estudante a faculdade fecharia, o que significa dizer que havendo o sacrifício espontâneo do aluno em pagar mais torna dispensável qualquer plano de contenção de despesas ou diminuição dos privilégios, a exemplo dos altos salários,  gordas comissões e generosas gratificações àqueles bons prestadores de serviços à instituição. É assim que “Os Eles” mantém o “status Quo”. Refestelando-se na benevolência dirigida da Lei.
ENTÃO, como se diz por aí: “O importante da educação não é o conhecimento dos fatos, mas dos valore$”. Logo, considerando que o gestor nunca é responsabilizado pela administração temerária, uma vez que quem peca é a instituição, e já que sempre haverá um contribuinte dadivoso, pronto para paga mais caro pelo mesmo serviço ruim, não seria ingenuidade reconhecer que o grande mal da educação de hoje é sua incapacidade de distinguir conhecimento e sabedoria, pois, ao formar a mente, despreza o caráter e o coração. Desse modo, esperar um por vir significa guardar mais dinheiro para o próximo aumento. EU É QUE NÃO ACREDITO MAIS NOS “ELES”. E VOCÊ?
Por: Adão Lima de Souza