segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Os sonhos


Os sonhos não cabem mais no pedaço de papel
Não cabem mais numa poesia.

Os sonhos são eternos
Inspiram a vida
Os sonhos não são fugaz
São eternas fugas.

Os sonhos fogem da realidade
Na busca  de outras alternativas.
Inspiram uma pitada de descoberta
Traz o tempero da vida
Os sonhos são eternos aprendizados.
Na busca por mudanças
Dessa vida imunda

Os sonhos acrescentam
A força na luta
Os sonhos brincam com os nossos pensamentos
Os sonhos brindam com as nossas crises.
Os sonhos brindam com os nossos pensamentos
Os sonhos brincam com as nossas crises.
Nessa relação circular
Os sonhos apresentam como peças de teatro de uma  outra alternativa.




domingo, 2 de novembro de 2014

Desídia


Eu amante da desídia
Procuro novas colorações para o amanhecer
Pretendo tons cinzas-escuros
Em que se possa dormir mais.

Observo vestígios da noite incompleta
Em que o amor não chegou de todo
E o dia amanheceu com urgência
Trazendo estremecimentos de desejos não vividos
Como se o tempo renegasse seu prolongamento
E o amor carecesse de pressa.

A noite fluía como um rio caudaloso
Para a precipitação das manhãs efêmeras
Ocultas nos sombreamentos do dia
Que as horas desproporcionam.
Aceito o meio-dia como precocidade da noite
Com seu coloramento negro,
Sua propensão ao amor e ao esquecimento.
 
Enquanto isso, o distanciamento da lua
Prepara novos amanhecimentos.
 Adão Lima de Souza

Do Livro: A Vela na Demasia de Vento.