Talvez nem lembre teu nome.
Posso, quem sabe, nos devaneios que ora a distância impõe,
Ante a destemperança de antonomásias,
Ter perfilhado qualquer perífrase que pudesse lhe atribuir
um codinome.
E essa, reconheço, seria, sem dúvida, a incapacidade que
acalento.
Contudo, lembro o quanto eras bela.
Lembro-me do desatino que teu sorriso provoca
E ainda me sinto mirar pelos teus olhos irradiando desejos
E lembro, sem cessar, que em pouquíssimas mulheres
Havia um anseio tão grandioso pela liberdade.
Disso eu me lembro.
Aliás, porque seria preciso lembrar-se de alguma coisa mais,
Se na velocidade dos acontecimentos, eu fui atraído para a
tua direção?
Do Livro A Vela Na Demasia de Vento.
Adão Lima de Souza